Uma diferença crucial

O Vasco jogou praticamente com o mesmo time que vinha disputando o brasileiro e voltou a ter uma atuação fraca. Os jogadores cometeram os mesmo erros de sempre e, como de costume, parece que a equipe não entende – ou pior, não tem capacidade – de cumprir as ordens do técnico. Seria “tudo como dantes no quartel de Abrantes” se não fosse por uma singela diferença: dessa vez nós vencemos a partida.

Se a estréia na Copa da Hora com um 3 a 1 sobre o anfitrião Avaí não serve para tranquilizar nem o mais otimista dos torcedores, nos dá a esperança de que a sorte tenha virado para o nosso lado finalmente. No primeiro jogo contra o Leão catarinense, pelo brasileiro, perdemos uma penca de gols e acabamos sendo derrotados ao levar gols por falhas individuais. Ontem, foi a vez do Avaí perder várias oportunidades – algumas absurdas – e do Vasco definir o jogo quando teve a chance.

Mas nem tudo foi ruim e não podemos dizer que a vitória foi apenas por sorte. Se não dá pra dizer que o PC Gusmão já deixou o time com a sua cara e que operou um milagre ontem, pelo menos o time mostrou um pouco de aplicação tática em campo. Na marcação, o time dava o combate mais à frente e isso ajudou o Vasco a sufocar o adversário no começo do jogo. Os laterais efetivamente atuaram como alas, sendo mais presentes no apoio e a equipe também tentou como pode valorizar mais a posse de bola.

Apesar disso, PC ainda terá muito trabalho pela frente, pelo menos enquanto não puder contar com os reforços. Os dias de intertemporada parecem não ter sido o bastante para que os jogadores conseguissem se adaptar às instruções do novo treinador. Com isso, os jogadores constantemente se posicionavam equivocadamente em campo (principalmente a zaga), dando espaços para o Avaí atacar como queria. Outro problema foi a dispersão da equipe em alguns momentos, principalmente nos poucos minutos em que o Vasco esteve com 1 a 0 no placar e no começo do segundo tempo.

Resumindo a história: pelo que vi na Ressacada ontem, o time mostrou alguma melhora coletivamente mas foi mal, bem mal, individualmente.

Com o moral elevado, o Vasco vai para o confronto contra o Grêmio no sábado com mais tranquilidade. Uma vitória sobre o tricolor gaúcho consolidaria a liderança no torneio e seria uma mostra de força em um clássico nacional. Não que isso, na realidade, seja o mais importante. O que toda a torcida espera é que essa Copa sirva como preparação para esse time – ESSE mesmo, o que não contará com os maiores nomes do elenco – consiga segurar as pontas no Brasileiro até a abertura da janela de transferências. Vencemos a partida (a primeira fora do Rio em não sei quanto tempo), alguma evolução aconteceu, mas o que vimos ainda não é suficiente para um campeonato à vera como o Brasileirão.